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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Natale Furlan


Numa pesquisa rápida na Internet, descobri, na página oficial da Prefeitura de São Caetano do Sul, que Natale Furlan foi um dos pioneiros imigrantes italianos que ajudaram a fundar a cidade, num não tão longíquo 1877.

Pra mim, Natale Furlan foi o meu quintal de casa. Mas ao passar hoje de manhã pela ruazinha - ruínha, para outros - creio ter tido um nó na garganta.

Lapsos de memória da infância.

A casa do Adriano não tem mais a Ipanema preta, nem o Monza prata nem a Marajó ( verde? ).

A senhora que morava na frente da casa dele. Dona do Poly. Cadê o Poly? Vanda! O nome dela é Vanda. E cadê aquela casa antiga? Meu Deus, estão fazendo um sobradão no terreno.


Na calçada do Reginaldo, quebrada pelas raízes de uma árvore, eu e minha turma nos reuníamos para jogar fubecas. As casinhas estavam lá, sempre. Mats. Quem não volta morre paguetão.

A janela da casa da D. Catarina, virada pra rua. Cadê a janela? Me lembro que ela e o marido tinham uma perua DKW-Vemag verde musgo, soltava uma fumaceira que a rua sumia. E tinha um som de Lambretta. Vendiam mel. E no Natal, traziam da chácara dezenas de ciprestes para vender. A casa ficava verde.

E a casa verde, de uma senhora de cabelos roxos? Claro que em alguma coisa haveria o contraponto. A casa verde deixou de ser verde. Há tempos.

A Amoreira

Mas revoltei-me, mesmo, com a Amoreira, arrancada pelo toco. Quanto pontapé não demos na árvore pra pegar amora? Portão na casa, então, nem mais existia.

Mas a casa do Gabriel e a calçada da Tia Dina continuam firmes, intactas às novas gerações. Sabe-se lá Deus até quando.

E eu sou saudosista. Pronto. Falei.

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