Numa pesquisa rápida na Internet, descobri, na página oficial da Prefeitura de São Caetano do Sul, que Natale Furlan foi um dos pioneiros imigrantes italianos que ajudaram a fundar a cidade, num não tão longíquo 1877.
Pra mim, Natale Furlan foi o meu quintal de casa. Mas ao passar hoje de manhã pela ruazinha - ruínha, para outros - creio ter tido um nó na garganta.
Lapsos de memória da infância.
A casa do Adriano não tem mais a Ipanema preta, nem o Monza prata nem a Marajó ( verde? ).
A senhora que morava na frente da casa dele. Dona do Poly. Cadê o Poly? Vanda! O nome dela é Vanda. E cadê aquela casa antiga? Meu Deus, estão fazendo um sobradão no terreno.
Na calçada do Reginaldo, quebrada pelas raízes de uma árvore, eu e minha turma nos reuníamos para jogar fubecas. As casinhas estavam lá, sempre. Mats. Quem não volta morre paguetão.
A janela da casa da D. Catarina, virada pra rua. Cadê a janela? Me lembro que ela e o marido tinham uma perua DKW-Vemag verde musgo, soltava uma fumaceira que a rua sumia. E tinha um som de Lambretta. Vendiam mel. E no Natal, traziam da chácara dezenas de ciprestes para vender. A casa ficava verde.
E a casa verde, de uma senhora de cabelos roxos? Claro que em alguma coisa haveria o contraponto. A casa verde deixou de ser verde. Há tempos.
A Amoreira
Mas revoltei-me, mesmo, com a Amoreira, arrancada pelo toco. Quanto pontapé não demos na árvore pra pegar amora? Portão na casa, então, nem mais existia.
Mas a casa do Gabriel e a calçada da Tia Dina continuam firmes, intactas às novas gerações. Sabe-se lá Deus até quando.
E eu sou saudosista. Pronto. Falei.
Belo texto.
ResponderExcluirDanke, Hase.
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