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domingo, 28 de novembro de 2010

Leituras

Não sou um cara que lê. Confesso isso. Prefiro tirar conclusões através da praxis do que com a teoria.

Mas às vezes gosto de ler. Minha preferência pessoal são livros de história real e biografias. Para histórias reais, tenho em casa dois tesouros que leio ao léu. "História secreta da Segunda Guerra Mundial" e "Segunda Guerra Mundial - Ultra-secreto" são resultados de textos condensados sobre o período, publicados nas Seleções do Reader's Digest. Minha famíla lia muitas Seleções e, num trabalho de faculdade, consegui reunir centenas de edições em casa. A mais nova, de 1978. A mais antiga, grampeada, de 1939.


Fazem ainda parte da minha seção Livro de Cabeceira alguns fascículos de "100 Anos de República", "Almanaque Abril- 2006", "Justiça Eleitoral: uma retrospectiva" e "As Rainhas do Rádio - símbolos da nascente indústria cultural brasileira".


Já no que diz respeito a biografias, o que me levantou o interesse e gosto por esse gênero de literatura foi a auto-biografia infantil de Fernando Sabino, "O Menino no Espelho". Ler essa obra ao som de Clube da Esquina é tudo de bom.

Outra biografia, resultado de um Trabalho de Conclusão de Curso da universidade onde eu trabalho, é o livro "A Máquina", de Alicia Klein, contando a história do piloto de Fórmula 1, Michael Schummacher. Leitura indispensável pra quem acha que Senna sempre será o melhor piloto da categoria, mesmo que póstuma.


Quando eu viajava à São Sebastião, litoral norte paulista, eu passava as tardes calorentas recolhido em casa, na sombra e na rede ( meu genotipo germânico não suporta sol acima dos 28ºC ). Ouvia música clássica lendo dois livros do navegador Amyr Klink, emprestados. "Cem dias entre céu e mar" é o primeiro livro, narrando a sua travessia entre o porto de Lüderitz, na Namíbia, até sua chegada a Salvador, na Bahia. Num barco a remo.

O segundo livro é um dos mais bacanas que já li. "Paratii entre dois pólos" foi escrito durante a viagem que Amyr fez, de Parati até o continente antártico, passando um inverno preso ao gelo. Quando estava voltando ao Brasil, percebeu que tinha comida o suficiente para mais alguns dias e resolveu dar uma esticada na viagem até a Irlanda. Uma das passagens mais interessantes do livro é quando ele negocia a construção do barco com a empresa de aço Villares. A empresa foi convencida por Amyr a fazer o barco em aluminio. Descobri que o veleiro Paratii é um dos três melhores do mundo em atividade.

Encontrei na íntegra o documentário Mar Sem Fim.







Há outros livros lançados por ele. Além desses dois livros, há uma versão de bolso para "Cem dias entre céu e mar", e "As janelas do Paratii", um livro com dezenas de fotos sobre a viagem do Paratii entre pólos. Encontrei prévias de livros dele.

O que me levou a digitar esse post foi o site Domínio Público, um direcionamento do site do Ministério da Educação, que disponibiliza para download mais de 2000 livros, de forma gratuita, graças a obras que se tornaram domínio público, isto é, obras com mais de 80 anos de registro caducam da Legislação sobre Direito Autoral.

Pra quem não sabe, uma obra qualquer vira Domínio Público 70 anos após o falecimento do autor. Esse período vale para Brasil, Alemanha, Andorra, Malta, Noruega e outros. Cada país tem a sua legislação própria. México, por exemplo, são 100 anos após a morte. Noel Rosa, por exemplo, tem Domínio Público desde 01/01/2007. Teria, pois a maioria de suas músicas são compostas em parceria. Aí vale quem morreu por último. Essa regra não vale, por exemplo, para "Gago Apaixonado", de autoria somente de Noel, em 1930.

E seu seu filho não é lá muito chegado a pegar um livro, esse site te dá uma força.

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