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sábado, 30 de junho de 2012

Carta aberta ao Poder Público sobre Movimentos Solidários aos Moradores de Rua.

( ou: proteste! ) Não tenho condições de saúde, por enquanto, para participar in loco. Mas minha experiência ajudando alguns moradores de rua mostra a legitimidade do sopão, uma Ação de Solidariedade, que foi PROIBIDA pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, por achar que não há 'condições higiênicas para tal'.

Oras, senhor prefeito! Tenha a mais absoluta certeza que no preparo há condições higiênicas, sim senhor. E servimos o alimento - e muito mais que isso - na 'casa' desses moradores, que é a RUA.



A grande maioria desses moradores de rua, segundo dados de 1998, levantados por Alcides Alexandre Lima de Barros, em seu livro publicado pela Arte Literária em 2011, "População em situação de rua: um olhar sobre a exclusão", essa população

 "(...) é basicamente masculina. Ainda que existam famílias, o grande contingente ( mais de 90% ) é de homens que vivem sós, sem laços permanetntes com a família. As mulheres, em pequeno número, são extremamente disputadas. Preferem ter um companheiro, para serem protegidas do assédio dos demais.

É uma população jovem, em idade 'produtiva': setenta por cento tem menos de quarenta anos.

(...)

Os resultados da primeira pesquisa realizada pela PMSP - Secretaria Municipal do Bem-Estar Social (SEBES), sobre a população adulta de rua, fizeram com que alguns mitos caíssem por terra, como, por exemplo, a ideia de que quem está na rua é o imigrante recém-chegado, o negro, o nordestino.

(...)

A imagem do mendigo tradicional, que sobrevive de esmolas, não é uma realidade do homem de rua hoje, em São Paulo. Oitenta e cinco por cento dessa população desenvolve algum tipo de atividade para ganhar dinheiro.

(...)

O habitante de pontes e viadutos da capital exerce atividade remunerada ( 85% ) e quase todos já tiveram sua carteira de trabalho assinada por empregador ( 87% ). A maioria dessa população sabe ler e escrever ( 73% ) e grande parte nasceu na região Sudeste."



O autor ainda destaca uma das causas da situação do morador de rua, atacando a falta de política nacional, estadual e municipal para a criação de opções, através do poder público, para que haja mais facilidades e concorrência na compra de uma casa própria, além, do incentivo ao trabalho, mais complicado, pois depende da economia e mercado.

Alcides Alexandre de Lima Barros é Pastor Metodista e trabalhou no albergue Viaduto. O albergue foi tema de reportagem no Jornal Nacional:


Tudo isso para provar, senhor prefeito, e como Instituição Prefeito, seja lá quem estiver no cargo, a legitimidade do movimento.

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