A hora e a vez do Jornalismo Cultural, entre outras pechinchas.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Os moradores e as sacolinhas.

UM setor comercial de UM estado ( com "e" minúsculo mesmo ) de UMA Federação no MUNDO TODO não produz mais sacolinha de plástico.

  
Espera aí. Quantas pessoas moram no Estado de São Paulo? Quantas pessoas moram no Mundo? Qual é o porcentual mundial que isso representa? Qual é o porcentual em relação à China e India, juntos? 

Oras. Enquanto supermercados vetam sacola porque o governador quer, a truculência policial do mesmo estado ( de novo, com "e" minúsculo ) reina solta porque "cumpre-se ordens". Me lembrei de Ricardo Boechat: "Não, governador! Não cumpra! Não cumpra! 'Não vou fazer isso com a minha Polícia'".

Estou tentando achar a entrevista que uma jornalista d'O Estado de São Paulo, ironicamente do Estado, deu ao Flavio Gomes na noite de domingo para ilustrar e complementar o que Boechat diz.







Dois pesos, uma medida. Tiraram sacolinha do supermercado e não deram opção aos consumidores. Tiraram 1600 famílias do Pinheirinho e não deram outra opção de moradia pra eles, nem a longo prazo. 

Não, governador. Não! O stado ( xi, já sem o "e" ) não é isso e só isso. Caso não se lembre, em 1932, pegamos em armas contra um general. Obviamente que fomos sufocados. Mas serviu pra mostrar a força de São Paulo, militarmente inclusive, para o País.



Num caso bem mais recente, e fazendo lembrar pelo seu queridíssimo Mario Covas, o marco zero da cidade da capital do Estado ( porque agora merece o "E" maiúsculo ) foi o palco da maior manifestação pró-emenda Dante de Oliveira, para que o povo escolhesse de forma direta, no papel e com um X, e contados os votos um a um, o primeiro presidente da República pós-golpe.


Onde você estava, governador, nesse dia? Jogando Atari? Já treinava polícia-e-ladrão jogando Keystone Kapers?


Governador, você tem mais dois anos de mandato. Pedimos a gentileza de, se possível e evitável, não fazer mais nenhuma merda. Acho que você sabe da força popular ( que é totalmente diferente, expressa e legítima ) de força pública que o Estado que está sob sua batuta - mas que tem usado a batuta como se fosse porrete daqueles pré-históricos - para colocar o Estado no eixo. Lembre-se que o nome "Eixo" se refere às potências nazi-fascistas da 2ª Guerra Mundial.



Já existe uma petição pública pedindo o seu Impeachment. Se necessário, sairemos às ruas de caras pintadas movamente. E quantas vezes forem preciso. E seja lá quem esteja aí no seu lugar, Governador.


Porque, na minha sincera visão, Governador é algo Institucional. Não é você, Montoro, Adhemar ou qualquer outro nome. É o Governador, seja lá quem for.


"Ah, que ridículo, vão fazer manifestação na Paulista pela volta da sacolinha." Oras, não seja ridículo quem pensa assim. Na verdade, e agora eu volto pra fechar, é como isso se deu depois da aplicação da Lei ou Acordo, como queiram. Se a Federação deixasse de passar o PAC para obras do Rodoanel o governador iria gostar?  Certamente, não. A Federação deu outra opção? Não.


Copio e colo: tiraram sacolinha do supermercado e não deram opção aos consumidores. Tiraram 1600 famílias do Pinheirinho e não deram outra opção de moradia pra eles, nem a longo prazo. A questão não é, exatamente, a retirada dos moradores de um terreno como se fossem sacolas plásticas de supermercados. A questão que levanto aqui é o que o stado ( sem o "E", de novo ) deveria suprir essa demanda e, principalmente, com quais opções. 

Isso é arbitrário.

Um comentário:

  1. Excelente, Léo. essa falsa "plasticidade" do governo tá bem na hora de ser "reciclada".
    abs

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