( por Rick Berlitz )
Apesar dos babacas...
Outro dia vi Caetano criticando um crítico que disse: "Apesar de Garota de Ipanema", citando o caso do Rock´in Rio, onde milhares de pessoas cantavam com Stevie Wonder a música (e letra) do Tom e do Vinícius. Para o crítico, tudo foi bom, menos Garota de Ipanema.
Faço um comentário próprio: Já ouvi Garota de Ipanema até um hebriaco!
E a entrevista segue.
Gal Costa, na mesma entrevista, completou: "As pessoas cantam Garota de Ipanema em PORTUGUÊS, no mundo todo, até nos Estados Unidos!", disse. "Sabe-se lá o que entendem, mas cantam. Como muitos de nós cantamos em 'outras línguas', sabe-se lá o que dizemos/cantamos".
A crítica do jornalista ilustra um tanto a mediocridade existente neste início de Século XXI. Inacreditável, não!? E eu imaginava que chegaríamos a este Século com muito mais inteligência, pra dizer o mínimo. Nada disso... Todo o imaginário de "Vinte Mil Léguas Submarinas" e outros clássicos do Júlio Verne caem dia após dia por terra. E nem é no centro da Terra!
O Dia 8 de Dezembro.
Em 8 de Dezembro de 1980 eu entro no quarto das minhas irmãs e elas com o rádio ligado ouvindo notícias. Contam: mataram John Lennon. Isto foi e é inesquecível.
Ouço Beatles desde moleque. Lembro que uma estação de rádio de Porto Alegre tinha como jingle um famoso riff dos Beatles. Acho que era a Rádio Continental. E o Riff Dry Tripper:
31 anos depois...
Outro dia, no carro, coloquei diversas músicas, entre elas "All You Need is Love" Uma pequena notável adorou e cantou junto.
Indaguei: "Como assim? Sabe cantar isto?". "Aprendi na aula de inglês. Xii, sei a letra toda...". Voltei a música. Sabia mesmo. Catzo!
Claro, sou de 67 e não estive no calor da geração que teve o privilégio de ver, sentir, curtir e apreciar concomitantemente o furação "The Beatles".
Beatles é como Beethoven: pra gostar não tem época, tempo, contemporaneidade. Gostar de Beatles é uma questão de frequência: ou você está sintonizado com o que é bom ou não. (Vale também para Garota de Ipanema, ok!)
Mas, ainda podemos ouvir / ler algum "gênio" da crítica metendo o pau nos Beatles e em John Lennon. Sobretudo 31 anos depois.
Apesar dos babacas, que matam o corpo e tentam liquidar com a memória de gênios da música, vou dizer-lhes que difícil é matar, aniquilir e liquidar com a OBRA. Afinal, como L. v. Beethoven, The Beatles ficará por muitos anos no consciente e inconsciente coletivos.
E o que eu diria para John Lennon? Hello, goodbye!
Dedicado ao @QuintaSergio, quase um quinto Beatle.
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