Li hoje no "Stycer" sobre a morte da artista Suze Rotolo, falecida aos 67 anos no dia 25/02 ( e só anunciada três dias depois). Além de acompanhar o jovem Bob Dylan nesta capa emblemática e ser sua namorada por três anos (1961-1964), influenciou imensamente seu despertar artístico. Criada em uma família politizada e de esquerda e com formação cultural considerável para sua pouca idade ( começou a namorá-lo com 17), Suze apresentou o bardo à poesia de Blake e Rimbaud, Bertolt Brecht e à luta política. Em contrapartida, virou musa inspiradora de canções iniciais como "Don't Think Twice, It's All Right", "Boots of Spanish Leather", “One Too Many Mornings” e "Tomorrow Is a Long Time". Na primeira, Dylan escreveu: "Uma vez amei uma mulher, uma criança, me disseram / Dei a ela meu coração, mas ela queria minha alma".
O disco em questão, de 1963, é o segundo de sua carreira, e foi tão catalisador, que catapultou Dylan ao estrelato, com clássicos instantâneos como “Blowin´in the Wind”, “A Hard Rain’s a-Gonna Fall” e a própria “Don’t Think Twice, It’s All Right”. Em 2003, esse mesmo disco foi incluido na lista da Rolling Stone no nº 97 dos 500 Melhores Álbuns de Todos Os Tempos. Logo Suze entraria na elipse sem volta do redemoinho chamado sucesso e perderia Dylan para sempre. Quatro anos depois desta foto, ela se casou e teve um filho. Seguiu como artista, designer de jóias e ao contrário de Dylan, nunca abandonou a militância política.
Feita no Greenwich Village, em Nova York, em fevereiro de 1963, há poucos metros de distância do apartamento onde o jovem casal morava, a famosa imagem foi produzida por Don Hunstein, na época fotógrafo da Columbia Records. Uma cena inocentemente libertária, prenúncio de uma década que mudaria tudo - não há homenagem melhor à Suze Rotolo, musa primeira de Mister Bob Dylan.
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